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DIGITALIZAÇÃO E RESTAURO

Papel e tinta ferrogálica

O papel é uma massa de celulose , oriunda de fibras de origem vegetal, e água; recebe, após tratamento e refinamento, outros materiais tais como colas, cargas minerais e pigmentos. Os primeiros papéis europeus eram feitos manualmente com trapos de linho, cânhamo e algodão. O papel do caderno de Aimé Taunay é datado do início do século XIX, quando o processo de refinamento da fibra e a produção estavam sendo mecanizados. Nessa época foram também introduzidas as fibras de plantas arborescentes, principalmente de pinheiros e eucaliptos, para além das fibras de ervas. Tal processo conseguiu atender à crescente demanda internacional de papel, mas estes eram produtos de baixa qualidade e de pouca durabilidade.

A tinta ferrogálica presente no manuscrito foi largamente utilizada desde o final do século XV até a primeira metade do século XX. Essa tinta era de preparo relativamente fácil e, após aderir ao suporte, não poderia ser removida. Seu princípio constituinte é um complexo ferrogálico obtido por reação de taninos e sulfato de ferro. Os taninos são obtidos a partir de bugalhos (fruto do carvalho, Quercus spp.) e a cor da tinta está relacionada com a concentração dessas substâncias e com os processos químicos que ocorrem durante e após a preparação da tinta. De coloração clara em seu início, a tinta escurece gradativamente até atingir a coloração preta. Atualmente muitos documentos antigos escritos com essa tinta, inclusive o próprio caderno de Taunay, têm a coloração marrom deteriorada.

Esta imagem é uma fotografia. Nesta fotografia vê-se o caderno de Aimé-Adrien Taunay aberto no meio sobre uma superfície acinzentada. Neste, é possível visualizar inscrições manuscritas em tinta ferrogálica e manchas de umidade nas folhas.

Páginas manuscritas com tinta ferrogálica sobre papel. Foto: José Rosael

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IHF Museu Paulista
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