Para um viajante europeu do século 19, o mundo ainda era um desafio a ser conquistado: navegar em mares distantes, desbravar terras desconhecidas, conhecer novos povos, culturas, paisagens, animais e plantas que não existiam na sua terra natal, viver aventuras e voltar com muitas histórias para contar. Viajantes enfrentavam várias dificuldades, a começar pelas embarcações, que eram pequenas, à vela e levavam meses para chegar ao seu destino (da França ao Rio de Janeiro eram necessários dois meses). Alguns viajantes acabavam por se fixar nos portos intermediários e não retomavam a viagem.
Por exemplo, a viagem de circum-navegação de Louis-Claude de Saulces de Freycinet a bordo do "Uranie", da qual participou Aimé-Adrien Taunay, durou quase três anos e incluiu um naufrágio nas Ilhas Malvinas/Falklands. Felizmente, os tripulantes, os equipamentos científicos, os espécimes e as pesquisas foram salvas. Freycinet conseguiu um segundo navio, "La Physicienne", para voltar à França (passando antes pelo Rio de Janeiro, onde desembarcou o jovem Taunay). Apesar de não ser das mais lembradas, esta viagem foi um sucesso na perspectiva científica do período.