A conservação de documentos produzidos com tinta ferrogálica é um grande desafio, pois há muitos fatores envolvidos nesse procedimento, por exemplo, a quantidade de peças envolvidas, os tipos de materiais utilizados na confecção do suporte e os diversos processos físico-químicos que ocorrem no objeto. Uma característica dos documentos que foram escritos com a tinta ferrogálica é que eles rapidamente entram em um estado de degradação e fragilidade. As folhas ficam quebradiças nos locais com maiores concentrações de tinta, podendo ocasionar escurecimentos e perda da informação registrada. Por isso, a degradação contínua dos documentos escritos com tinta ferrogálica é algo de especial atenção para a preservação da herança cultural escrita.
A conservação preventiva é uma das principais estratégias para o resguardo do texto e envolve uma série de ações que almejam desacelerar o processo degradativo. Nesse sentido, destaca-se o ambiente de guarda com temperatura e umidade estáveis, livre de poluentes; o acondicionamento; o manuseio adequados. Outra estratégia muito utilizada é de digitalização dos materiais fragilizados, para se evitar o manuseio e maior deterioração dos mesmos.
Os métodos de tratamento utilizados para conservação de documentos ameaçados pela corrosão da tinta visam interromper dois mecanismos básicos de deterioração: o processo de hidrólise ácida da celulose, provocada pelo ácido sulfúrico presente na tinta, e o processo de oxidação da celulose catalisada pelo excesso de íons Fe(II) da tinta ferrogálica.
Em 1995, o químico holandês Johann Neevel desenvolveu o tratamento em meio aquoso conhecido com Fitato de Cálcio que combate esses dois mecanismos de deterioração e tem uma ação efetiva na estabilização de manuscritos com tinta ferrogálica. Outras pesquisas vêm sendo desenvolvidas para tratamento em meio não aquoso e, também, visando o tratamento de grandes conjuntos documentos.